O Inova RS, programa da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), reuniu atores do ecossistema da região da Serra Gaúcha, nesta segunda-feira (25/3), em Caxias do Sul. O encontro foi a sétima reunião da mesa e debateu o tema “Visão de futuro do ecossistema regional de inovação na região Serra Gaúcha”. A atividade aconteceu na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) do município.  

O engenheiro e doutor em Ecossistemas de Inovação, Josep Piqué, participou da reunião e destacou a importância do Inova RS para o estado. “Me alegra ver esse programa em andamento porque mostra que não podemos ter inovação apenas nas capitais, em Porto Alegre, por exemplo. A inovação se movimenta em todas as cidades, pelo interior”, salientou. Piqué também é presidente executivo da La Salle Technova Barcelona e considerado uma referência em inovação de cidades. 

Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e do Tecnopuc, contou brevemente a história do programa e destacou a escolha pela definição das regiões. “Quando o governador Eduardo Leite nos chamou, ele queria que a lógica de inovação de Porto Alegre se espalhasse pelo Rio Grande do Sul. Nosso foco foi dividir o estado com base nas universidades e ecossistemas de inovação; por isso, definimos oito regiões. Os projetos de transformação devem ocorrer num escopo regional, e o Inova RS tem a cara das pessoas de cada região”, relembrou. 

As oito regiões do Inova RS são: Serra Gaúcha; Fronteira Oeste e Campanha; Noroeste e Missões; Central; Sul; Vales; Metropolitana e Litoral Norte; e Produção e Norte. 

Durante o evento, houve um espaço de diálogo com os atores do ecossistema. O momento buscou avançar a estratégia do ecossistema regional de inovação e pensar nos próximos passos, discutindo os caminhos para construir, na Serra Gaúcha, um melhor ambiente de negócios em nível global, pactuar desafios e encaminhar soluções.  

Para o diretor de Ambientes de Inovação da Sict, Everaldo Daronco, cada região tem desafios próprios que precisam ser identificados. “Para termos bons projetos, precisamos saber quais são os desafios de cada local, dentro das áreas identificadas como prioritárias. A partir disso, podemos criar ações em que os atores do ecossistema contribuam”, comentou.  

Debate sobre áreas estratégicas 

Ao longo da atividade, os atores debateram as áreas estratégicas e os projetos prioritários da região da Serra. São eles: turismo; indústria 4.0; e cidades inteligentes.  

Na área do turismo, uma iniciativa transversal foi destacada por Rafael Carniel, diretor-geral da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur) e ex-secretário da pasta em Gramado. Ele apresentou o Sistema de Inteligência Turística Gaúcho (Inturis).  

"O sistema está dentro do Observatório do Turismo e nos norteia a fazer políticas públicas baseada em dados. Tínhamos esse modelo já em Gramado, então usamos a expertise e desenvolvemos um sistema na Setur, até porque o forte do turismo gaúcho está na Serra. Nosso foco é usar os dados como base para não desperdiçar dinheiro público”, explicou.  

O Inturis é um sistema que analisa o impacto socioeconômico das atividades turísticas no estado. Ele foi desenvolvido em parceria com as secretarias de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), de Turismo (Setur) e de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) e o comitê Serra Gaúcha.  

No escopo de cidades inteligentes, o assessor técnico da Sict Michel Couto, destacou a importância de promover projetos que combatam a criminalidade. Ele deu ênfase ao programa Comunidade Inovadora, iniciativa da Sict em parceria com o RS Seguro.  

Na indústria 4.0, a gestora de Inovação e Tecnologia (GIT) Milene Rostirolla e o diretor de Marketing da CIC, Felipe Andreola, apresentaram como projeto prioritário a Rede Regional para a Manufatura Avançada. A iniciativa foi pensada com o objetivo de criar uma rede de referência em conhecimento, desenvolvimento e compartilhamento de soluções para a manufatura avançada, que conecte as indústrias da região com instituições de conhecimento, iniciativas de inovação e provedores de tecnologia.