Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria de

Inovação, Ciência e Tecnologia

Início do conteúdo

Programa da Fapergs que fomenta startups com doutores é tema do RS Innovation Stage

No segundo dia de South Summit Brazil, palco do governo apresenta cases de sucesso apoiados pela fundação

Publicação:

Pessoas em cima de um palco
Programa Doutor Empreendedor já fomentou 54 startups no Rio Grande do Sul - Foto: Cândida Schaedler ASCOM SICT
Por CÂNDIDA SCHAEDLER ASCOM/SICT

Na manhã do segundo dia de South Summit Brazil, um dos destaques da programação do RS Innovation Stage, o palco do governo no evento, foi um painel sobre o programa Doutor Empreendedor, executado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do estado (Sict). Criado para fomentar startups com pelo menos uma pessoa com titulação de doutor na diretoria ou fundação, o programa já tem duas edições, somando aportes de R$ 10,98 milhões e 54 startups apoiadas.

Na mediação do painel, o diretor técnico-científico da Fapergs, Rafael Roesler, afirmou que 75% das startups apoiadas na primeira edição, que somou R$ 3,5 milhões em 2020, tinham mulheres doutoras. Já na segunda, executada em 2022, as mulheres eram 66%, e o aporte foi de R$ 7,48 milhões.

No palco, a CEO da Syntalgae, Giseli Buffon, celebrou o investimento, recebido - que considera fundamental para a consolidação da startup, que disponibiliza microalgas para substituir produtos convencionalmente sintetizados à base de petróleo. Hoje, a startup tem mais de 250 cepas de microalgas.

Giseli afirmou que a Syntalgae não existiria sem o Doutor Empreendedor. O recurso auxiliou a empoderá-la, em conjunto com a sócia Anja Dullius, a comprar a empresa do primeiro investidor. “Éramos duas cientistas no mundo empreendedor, sem saber nada de contrato social. O Doutor Empreendedor veio como um benefício excelente”, disse.

Também no palco dividindo sua experiência, o CEO da TerraMares, Victor Brian, estava representando a sócia, Luiza Dy Fonseca Costa, que é a doutora da equipe. Ele conta que, frente aos cortes de pesquisa em universidades, viram a oportunidade de buscar outras formas de recursos para escalar a empresa e oferecer soluções de biotecnologia. Em 2019, eles também foram contemplados pelo programa Centelha, operacionalizado pela Fapergs. “Sem o Doutor Empreendedor, a TerraMares não teria as oportunidades que tem hoje. A parte científica tem potencial que não é explorado, e a Fapergs e o governo do estado são grandes fomentadores pra isso”, relatou.

Segundo o diretor técnico-científico da Fapergs, há uma dificuldade de as startups compreenderem o manejo do dinheiro público. O valor aportado nos negócios não retorna diretamente à Fapergs, mas precisa ser investido, necessariamente, na parte de pesquisa das startups. A ideia é que o impacto retorne à sociedade, gerando ganhos na economia.

Giseli dividiu a experiência da dupla à frente da Syntalgae com a gestão do dinheiro recebido pelo Doutor Empreendedor. “Eu levanto essa bandeira, porque é um dinheiro que a gente batalha pra conseguir. Eu falei pra Anja [sócia]: ‘temos que multiplicar esse dinheiro, porque ele é do povo’. Dinheiro de investidor não é ‘dado’ também, tu tem que multiplicar”, contou. Segundo ela, o recurso da Fapergs abriu caminho para que elas conseguissem investimentos maiores, como o de uma investidora seed da Unimed.

Para Victor, o olhar diferenciado da Fapergs e das políticas públicas de inovação, que dividiram o estado em oito ecossistemas regionais, é muito positivo para desenvolver iniciativas localizadas no interior, como é o caso das duas startups apresentadas no palco.

Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia