Em evento de reabertura da Ceitec, governo gaúcho destaca alinhamento com a estratégia do programa Semicondutores RS
Secretária Simone Stülp representou o governador Eduardo Leite e ressaltou a importância da retomada da empresa para o RS
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Representantes dos governos federal, estadual e do município de Porto Alegre celebraram a retomada do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) em evento na manhã desta terça-feira (14), na sede da fábrica, na capital gaúcha. Representando o governador Eduardo Leite, a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Simone Stülp, destacou a importância do momento, que vai ao encontro da estratégia traçada por meio do programa Semicondutores RS, lançado em setembro deste ano.
“A Ceitec é peça fundamental da construção deste programa. Pensamos uma política pública que pudesse estar conjugada com outras — seja da esfera nacional ou mesmo municipal —, para que a gente possa colocar este setor no lugar onde ele merece estar: dentro de uma lógica de nos posicionarmos globalmente em um ambiente que nos coloque em condições de competir em termos de desenvolvimento tecnológico”, afirmou Simone.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, argumentou que a decisão do governo federal de reativar a empresa faz parte de uma lógica de fortalecer a indústria brasileira e se posicionar definitivamente em uma tecnologia estratégica, cuja falta afeta o mundo. “Buscamos autonomia do país nestas áreas mais sensíveis da cadeia global”, pontuou. A ministra informou, ainda, que a estrutura da fábrica será requalificada e que haverá investimentos em novas máquinas, sendo que, em um primeiro momento, as apostas serão nos setores automotivo e de produção de energia renovável.
O presidente da Ceitec, Augusto Gadelha, comemorou o retorno da produção da fábrica e ressaltou que o posicionamento brasileiro no setor de semicondutores ganhará nova força a partir desta iniciativa: “Isto nos permite atrair investidores para o Brasil, que agora, aqui, encontrarão terrenos férteis. Esta fábrica é única no país”.
Também estiveram presentes no evento empresários, representantes da academia e servidores da Ceitec.
Reunião no Palácio Piratini
Após o evento, o governador Eduardo Leite recebeu a ministra Luciana Santos e comitiva do governo federal, além da secretária Simone Stülp, no Palácio Piratini. Leite e Simone detalharam o programa Semicondutores RS e ratificaram que a reabertura da Ceitec, unida ao ambiente pujante já consolidado no estado, será decisiva para o sucesso da estratégia. “Isso nos possibilita que grandes empresas possam olhar para a América Latina como uma alternativa. É uma oportunidade única para o Rio Grande do Sul, muito em função da Ceitec e de programas das nossas universidades que existem desde a década de 1980. A retomada da empresa está em sintonia com nosso ecossistema e com nosso programa”, explicou Leite.
Programa Semicondutores RS
O programa Semicondutores RS, lançado oficialmente pelo governo do Estado em setembro deste ano, tem como metas ser referência nacional no setor, consolidando-se também no mercado internacional. Está previsto um investimento estadual de cerca de R$ 70 milhões no setor até 2026.
A estratégia inclui uma série de medidas focadas em inovação e tecnologia para o desenvolvimento da cadeia de semicondutores no Rio Grande do Sul. Em setembro, foi lançado o edital Inova Semicondutores, com aporte de R$ 3 milhões para formação de projetistas de circuitos integrados, mão de obra necessária nesse segmento. Os projetos submetidos estão em fase de avaliação.
Em seguida, foi anunciado o edital Techfuturo Semicondutores, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), vinculada à Sict. Serão disponibilizados R$ 6 milhões para até três projetos para formação de redes de alto nível de competitividade científica e tecnológica, integrando pesquisadores de universidades com empresas estabelecidas e startups. As submissões vão até sexta-feira (17).
Os incentivos fiscais oferecidos pelo programa preveem crédito presumido de 100% do ICMS a pagar, ICMS zero para insumos importados e crédito presumido, com o objetivo de fomentar as empresas já instaladas e atrair novas. Ainda dentro da estratégia, estão previstas linhas de crédito oficiais por meio de bancos do Estado.